Arquivo

Archive for agosto \17\America/Sao_Paulo 2023

Japão fica no vermelho com déficit de julho de ¥78,7 bilhões

A queda nas exportações é a primeira desde fevereiro de 2021 e ofusca as perspectivas da economia

A balança comercial do Japão voltou a ficar no vermelho em julho, com um déficit de 78,7 bilhões de ienes (US$ 538 milhões) como consequência da queda nas exportações pela primeira vez em mais de dois anos. O cenário aumenta a incerteza sobre as perspectivas de crescimento econômico, segundo dados do governo divulgados nesta quinta-feira (17), publicou a agência Kyodo.

As exportações do Japão caíram 0,3% em comparação com o ano anterior, para 8,73 trilhões de ienes, pois o aumento nas vendas de automóveis não foi suficiente para compensar as quedas em outros produtos, como equipamentos relacionados a semicondutores. As importações, por sua vez, caíram 13,5%, para 8,8 trilhões de ienes, segundo o Ministério das Finanças.

A queda nas exportações é a primeira desde fevereiro de 2021 e ofusca as perspectivas da economia, que registrou no trimestre encerrado em junho o ritmo de crescimento mais rápido desde 2020.

Os dados do governo foram divulgados um mês depois que o país anotou seu primeiro superávit comercial em quase dois anos, embora persistam as preocupações sobre o impacto do aperto monetário agressivo nos Estados Unidos e na Europa e a desaceleração do crescimento na China.

O superávit comercial do Japão com os Estados Unidos aumentou 65%, para 845,92 bilhões de ienes, com o aumento das remessas de automóveis e maquinário elétrico pesado, impulsionando as exportações em 13,5%, para o maior valor recorde de 1,79 trilhão de ienes.

Já as importações caíram 11,2%, para 945,31 bilhões de ienes, graças ao gás natural liquefeito e remédios, mostraram os dados preliminares.

Com relação à China, as exportações caíram 13,4%, para 1,54 trilhão de ienes, e as importações sofreram queda de 13,9%, para 1,90 trilhão de ienes, resultando em um déficit de 359,21 bilhões de ienes, queda de 15,7% em relação ao ano anterior.

Yuichi Kodama, economista-chefe do Meiji Yasuda Research Institute, comentou que embora as exportações de automóveis tenham sido robustas, a recuperação da China tem sido mais lenta do que o esperado. “Em casa, a inflação está pesando sobre a demanda, por isso é difícil esperar um forte crescimento econômico”, acrescentou Kodama.

O aumento dos custos de importação de combustível e matérias-primas, devido em parte à guerra da Rússia na Ucrânia, deixou o Japão no vermelho por mais de um ano.

O iene fraco ampliou os problemas do Japão, ao resultar no aumento do valor das importações, acelerando a inflação.

A queda do iene frente ao dólar e ao euro não acabou, já ultrapassando os níveis nos quais as autoridades japonesas intervieram anteriormente para retardar o declínio da moeda.

O Banco do Japão decidiu em julho permitir que os rendimentos dos títulos do governo japonês de longo prazo subissem mais, o que diminuiria a diferença com os rendimentos dos EUA, já que o Federal Reserve está em um ciclo de alta de juros.

O superávit do Japão encolheu 35,7%, para 253,73 bilhões de ienes em julho. Além disso, o país teve um déficit comercial de 20,69 bilhões de ienes com a União Europeia, já que as importações atingiram seu nível mais alto no mês em meio à forte demanda por automóveis e equipamentos de aeronaves.

As importações subiram 21,4%, para 967,70 bilhões de ienes, enquanto as exportações subiram 12,4%, para 947,01 bilhões de ienes.
Fonte: Alternativa

Japão vai aumentar período de visto de estrangeiros que trabalham em serviços domésticos

O governo espera assegurar um fornecimento estável de mão de obra

O governo japonês decidiu estender o período de visto de estrangeiros envolvidos em serviços domésticos em áreas específicas onde eles estão autorizados a trabalhar, passando de “máximo de 5 anos” para até 7 anos, informou o jornal Yomiuri.

Qual o motivo da mudança?
Isso ocorre devido à esperada escassez de trabalhadores estrangeiros no Japão, causada pelas restrições de entrada devido à pandemia de Covid-19 nos últimos anos. O governo espera assegurar um fornecimento estável de mão de obra e estabelecer uma infraestrutura social que apoie o avanço das mulheres na sociedade.

A revisão das diretrizes das Zonas Especiais de Estratégia Nacional deve ocorrer no outono. Em consideração às restrições de entrada que começaram em 2020 devido à pandemia, a extensão do período de visto aumentará por cerca de 2 anos.

A Lei de Controle de Imigração e Refugiados do Japão não permite, em princípio, a entrada de estrangeiros para fins de serviços domésticos. No entanto, a admissão de trabalhadores de fora para esse setor nas Zonas Especiais de Estratégia Nacional começou em março de 2017, visando apoiar o avanço social das mulheres japonesas e realizar a política central do então primeiro-ministro Shinzo Abe de “uma sociedade onde todos os 100 milhões de cidadãos possam desempenhar um papel ativo”.

Atualmente, este sistema está em operação em áreas específicas como Tóquio, Osaka, Kanagawa, Hyogo, Aichi e na cidade de Chiba.

Quais tarefas os estrangeiros podem fazer?
As empresas de serviços domésticos podem contratar estrangeiros sob a gestão de governos locais e agências administrativas relevantes. As tarefas incluem cozinhar, limpar, lavar roupas, fazer compras, além de cuidar do dia a dia das crianças. Até o final de fevereiro deste ano, 21 empresas, incluindo agências de emprego e serviços de limpeza, estão participando.

Por outro lado, o número de estrangeiros envolvidos em serviços domésticos caiu drasticamente devido à pandemia, de 1048 em 2019 para 456 no final de 2022, menos da metade.

Prevê-se que mais de 200 pessoas atingirão o fim de seu período de estadia entre este ano e o próximo, e há preocupações com a falta de pessoal que sustente o serviço. Já houve casos em que o serviço não pôde ser utilizado devido à falta de trabalhadores estrangeiros.
Fonte: Alternativa